Com elevado índice de comparecimento às urnas, as eleições legislativas na França, realizadas neste domingo (30), devem impulsionar a extrema-direita no país.
De acordo com pesquisas recentes, a liderança neste primeiro turno do pleito deve ficar com o partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, que tem boas chances de ganhar uma maioria na câmara baixa do parlamento pela primeira vez.
A estimativa é de que o RN leve um terço dos votos para as 577 cadeiras da Assembleia Nacional no primeiro turno, quase o dobro dos 18% em 2022, segundo agências de sondagem francesas.
As pesquisas indicam ainda que os partidos de centro, liderados pelo presidente francês Emmanuel Macron, devem terminar em um distante terceiro lugar na votação do primeiro turno, ficando atrás da nova coligação de partidos de esquerda, chamada Nova Frente Popular, que inclui socialistas, comunistas, verdes e a extrema-esquerda.
Macron convocou as eleições há três semanas depois que o pleito para o Parlamento Europeu demonstrou redução drástica de apoio ao seu partido e uma forte ascensão do RN, de Le Pen.
O presidente francês pediu que os eleitores se unissem contra a extrema-direita no segundo turno da votação, enquanto Le Pen pediu aos eleitores que dessem ao RN uma “maioria absoluta”, o que permitiria ao partido formar um novo governo, elevando seu presidente, Jordan Bardella, ao posto de primeiro-ministro.
As eleições em dois turnos terminam em 7 de julho e têm potencial para impactar os mercados financeiros europeus, o apoio do Ocidente à Ucrânia e a gestão do arsenal nuclear e da força militar global da França.
Participação elevada dos eleitores franceses
A participação dos eleitores nestas eleições tem sido particularmente elevada. Com 49,5 milhões de eleitores registrados, a França teve um índice de 59% de comparecimento às urnas até três horas antes do fechamento da votação, 20 pontos percentuais acima do mesmo período no primeiro turno de 2022.
Muitos eleitores franceses têm se mostrado frustrados com a inflação e a economia em geral, bem como com a liderança de Macron. O RN assim se aproveitou deste descontentamento, principalmente por meio das redes sociais, e liderou as pesquisas de opinião pré-eleitorais.
Já a esquerda reunida na coligação Nova Frente Popular, que deve ficar em segundo lugar em número de cadeiras no parlamento, promete reverter a reforma da previdência que elevou a idade de aposentadoria para 64 anos, entre outras reformas econômicas.
Fonte: Seu Dinheiro
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