2º Encontro Metropolitano Armamentista reúne entusiastas e personalidades do setor

Com o objetivo de reunir o maior número de representantes de clubes de tiro, atletas, empresários, manejadores da fauna e simpatizantes da causa para debater as novidades e as perspectivas do segmento de armas de fogo, Belo Horizonte sediou o 2º Encontro Metropolitano Armamentista.

Uma realização do ProArmas Minas e da Nação Conservadora, o evento aconteceu no dia 16 de setembro, no Clube Tiro Rápido e contou com a presença de personalidades importantes para o setor. Dentre eles, o deputado federal (MS) Marcos Pollon; o deputado estadual de Minas Gerais, Coronel Sandro; o presidente da Linade (Liga Nacional dos Atiradores Esportivos), Marcelo Danfenback; o promotor de Justiça Flávio César; o presidente da Confederação Brasileira de Tiro Defensivo e Caça (IDSC Brasil), Sergio Bitencourt; a embaixadora Glock Brasil, Fabiana Trentin, entre outros.

O coordenador regional do ProArmas Minas, Danton Dorati, explicou que o encontro surgiu da necessidade de compartilhar as informações das diversas esferas do setor, seja diretamente relacionadas à prática do esporte, passando pela legislação e pela política que envolve o segmento.

Márcio Costa, proprietário do Clube Tiro Rápido, falou da honra que é receber um evento tão importante em seu clube, já que Minas Gerais tem outros locais de grande de expressão. “Pelo segundo ano consecutivo, estamos recebendo o encontro de armas e sendo beneficiados por reunir tanta gente do mundo do tiro. Estamos aqui para somar e para trabalhar”.

Em seu discurso, ele enfatizou a dificuldade do setor em relação ao Decreto Armamentista e a necessidade de a categoria se manter unida. “Nós, empresários de clubes de tiro, estamos sofrendo muito desde o começo deste ano com a mudança de governo. E sabemos que isso só será resolvido com muita união e diálogo, que é o nosso foco agora”.

“A gente precisa se manter unido. E essa união não é apenas entre clubes. É também de atiradores esportivos, para que comecem a enxergar os clubes como suas casas”, pondera Costa.

Além de sua importância para a união da categoria, o evento foi marcado por uma intensa troca de experiências, conforme aponta o presidente da IDSC Brasil e da Associação dos Oficiais da Reserva do Exército de Minas Gerais, Sergio Bitencourt.

Há mais de 16 anos no mundo do tiro, Bitencourt enalteceu o Encontro do ponto de vista esportivo, como um incentivo às mais diversas modalidades. “A maioria presente aqui é CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e representantes de várias entidades. Muitas vezes, a pessoa pratica uma modalidade e não pratica outra e, nessas oportunidades, pode despertar a curiosidade ou o interesse em uma modalidade que não conhece, mas faz parte do segmento do tiro esportivo”, pontua.

Em relação ao decreto, Sergio foi taxativo. “Nossa objeção é no que inviabiliza o desenvolvimento das nossas atividades. Além de ser esporte que é protegido pela Constituição, também tem a questão da livre iniciativa comercial, que é protegido pela legislação e está sendo ignorado”.

Política

Fundador da Associação Nacional Movimento Pró Armas (AMPA), o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) também elogiou o Encontro. “Está na hora de reunir os clubes, atiradores e todos aqueles que atuam no segmento para lutar contra esse mal maior, que está cada vez mais difícil sobrepujar. Eu creio que com a união de todos em prol de um objetivo comum, deixando interesses imediatos de lado, vamos vencer essa fase em médio e longo prazo”.

Questionado sobre a possibilidade de mudanças que beneficiem o setor levando em conta a atuação da bancada na Câmara Federal, ele alega que o trabalho de base está sendo bem feito.

“Cada dia que passa, temos mais adesão no número de parlamentares a respeito dessa pauta. Recentemente, tivemos uma vitória expressiva, que foi a adesão da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), a maior frente do parlamento brasileiro, que está nessa briga conosco. E junto com ela a Frente Parlamentar de Segurança Pública, que agora aborda a questão do direito civil na aquisição de armas de fogo. Nós nunca estivemos tão fortes, mas em um momento tão ruim. É um momento em que o parlamento tem a maior inclinação favorável ao tema, mas um governo despótico e autoritário”, opina.

Por fim, o político se mostrou otimista com a união da categoria demonstrada durante a segunda edição do Encontro. “Estou impressionado com o evento tão grande, com a casa lotada e palestrantes de todos os cantos do Brasil e de altíssima envergadura. Isso demonstra o interesse da população e o fortalecimento do segmento”.

Mulheres

A embaixadora Glock Brasil, Fabiana Trentin, se diz muito honrada de participar do 2ª Encontro Metropolitano Armamentista. Em especial, por ter sido convidada por quem ela considera de extrema relevância para o mundo das armas de fogo. “O bacana desses eventos é a oportunidade de esclarecer e quebrar tabus sobre esse cenário. Estamos aqui hoje pela causa”.

“É importante que eventos como esse aconteçam para mostrar a todos a realidade brasileira, mudar a base da nossa cultura e inserir o armamento de fogo na vida das pessoas, não como uma coisa negativa, pois a arma de fogo é um equipamento errado apenas em mãos erradas. Em mãos certas, é um instrumento de defesa, que é o meu caso”, completa.

Única mulher a palestrar na oportunidade, Trentin explica que a sua defesa pessoal foi o que a trouxe para esse mundo. Inserida há sete anos no meio armamentista, ela cansou de se sentir vulnerável ao se ver sozinha com dois filhos. “Fui criada numa família tradicional, onde a mulher terceiriza a segurança, primeiro para o pai, depois para os irmãos, primos e marido. Quando me vi sozinha, pensei: quem vai defender meus filhos? Minha maior preocupação é não conseguir defender meus filhos, caso isso seja preciso”.

Dessa forma, a atiradora palestrou sobre a importância da presença das mulheres no tiro esportivo. “Quando comecei, lembro-me que nas turmas de treinamentos tinha eu e 19 homens, pois os clubes ainda eram vistos como ambientes muito masculinos. Isso vem mudando e hoje temos muitas instrutoras no mercado”.

“Eu fui buscar o mundo do tiro antes que acontecesse algo grave, mas para minha triste surpresa muitas estavam lá por já ter passado por isso. E percebi que essas mulheres não queriam ser treinadas por homens naquele momento. Então, ter mulheres nessa posição é fundamental”, explica.

Na ocasião, ela também citou as dificuldades que o segmento vem enfrentado. “Muitas mulheres estavam sendo inseridas nesse contexto. E, infelizmente, muitas delas ainda não têm o CR (Certificado de Registro). Eu mesmo, neste ano, não treinei nenhuma mulher, não consegui fechar turmas, mas não estou aqui para desistir, e sim para incentivar. E espero que esses eventos continuem a acontecer e que a gente continue incentivando as mulheres a participarem. Além de ser uma necessidade de defesa, é um esporte delicioso”, conclui Fabiana.