O tiro esportivo é um dos esportes mais tradicionais dos Jogos Olímpicos, tendo ficado de fora apenas duas vezes na história moderna. Em Paris-2024, ele estará no cronograma pela 28ª vez.
O esporte conta com uma série de provas nos Jogos, separadas pelos modelos de armas (rifle, pistola e espingarda), distâncias e posições do corpo.
Apesar das diferenças nos eventos que são realizados, o objetivo do esporte é simples: atirar e atingir o tiro o mais próximo do alvo possível. As provas são eliminatórias e os melhores competidores são aqueles que alinham concentração, reflexos e precisão durante as provas.
Histórico do tiro esportivo nas Olimpíadas
A história do tiro esportivo nos Jogos Olímpicos começa em Atenas-1996, na primeira Olimpíada moderna. A modalidade segue dentro do cronograma olímpico até os dias de hoje, mas ficou de fora da disputa em Saint Louis-1904 e Amsterdã-1928.
Ao longo das edições, a modalidade passou por uma série de mudanças, principalmente em relação às categorias de disputa. Na estreia, o esporte contou com cinco categorias diferentes. Nos Jogos da Antuérpia-1920, houve 21 eventos, o maior número até hoje. Já na última Olimpíada, em Tóquio-2020, 15 categorias fizeram parte da disputa.
Nas primeiras Olimpíadas, não havia distinção de gênero nos torneios e homens e mulheres podiam competir simultaneamente nas mesmas provas. Entretanto, a primeira pessoa do sexo feminino a disputar uma prova do tiro esportivo foi a mexicana Nuria Ortiz, apenas nos Jogos da Cidade do México-1968.
A separação entre os gêneros ocorreu apenas a partir dos Jogos de Los Angeles-1984, e esse modelo permaneceu até os jogos de Tóquio, quando foi incluída também uma disputa mista.
Com muitos anos de tradição e diversas categorias valendo pódio, o tiro esportivo é uma das modalidades que mais distribui medalhas, 865 no total (288 ouros, 289 pratas e 288 bronzes).
No quadro geral de medalhas, os Estados Unidos são dominantes. Com 116 medalhas (57 ouros, 21 pratas e 28 bronzes), os norte-americanos lideram. A China, com 67 (26 ouros, 16 pratas e 25 bronzes) e a extinta União Soviética com 49 (17 ouros, 15 pratas e 17 bronzes) completam o top-3.
Os maiores medalhistas da história são todos homens e, em sua grande maioria, dos Estados Unidos. Confira os 5 maiores medalhistas da história da modalidade:
- Carl Osburn (USA) – 11 (5 ouros, 4 pratas e 2 bronzes)
- Willis A. Lee (USA) – 7 (5 ouros, 1 prata e 1 bronze)
- Ole Lilloe-Olsen (NOR) – 6 (5 ouros e 1 prata)
- Alfred Lane (USA) – 6 (5 ouros e 1 prata)
- Morris Fisher (USA) – 5 ouros
Tiro esportivo nos Jogos de Paris-2024
Com a classificação já definida para a próxima Olimpíada, o tiro esportivo contará com 340 atiradores na disputa, sendo 170 homens e 170 mulheres.
A classificação foi definida por meio de: vagas para o país sede, vagas por universalidade e de acordo com os resultados obtidos em torneios designados pela Federação Internacional de Tiro Esportivo, que ocorreram entre 14 de agosto de 2022 e 9 de junho de 2024.
Cada Comitê Olímpico Nacional pôde obter no máximo 24 cotas para o torneio (12 por gênero). No total, 81 CON’s conseguiram se classificar, sendo que a China foi a que conseguiu mais cotas (23).
O tiro esportivo terá algumas mudanças em relação ao último torneio disputado, em Tóquio-2020.
A tradicional prova da fossa olímpica por equipes mistas será substituída pelo skeet por equipes mistas. A classificação de 340 atletas representa uma redução a Tóquio, que contou com 360. Além disso, as disputas finais em algumas categorias também passaram por mudanças.
As 15 categorias serão as mesas da última Olimpíada, contando novamente com provas mistas. Confira:
- Carabina de Ar 10m (feminino/masculino/equipe mista)
- Carabina 50m 3 Posições (feminino/masculino)
- Pistola de Ar 10m (feminino/masculino/equipe mista)
- Pistola de tiro rápido 25m (masculina)
- Pistola 25m (feminino)
- Trap (feminino / masculino)
- Skeet (feminino/masculino/equipe mista)
Os eventos do tiro nas Olimpíadas de Paris acontecerão entre os dias 27 de julho e 5 de agosto, no Complexo Nacional de Tiro de Chateauroux.
Tiro esportivo brasileiro em Olimpíadas
O Brasil tem certa tradição no tiro esportivo olímpico e o esporte tem grande representatividade para a história do País nos Jogos Olímpicos.
A estreia foi nos Jogos da Antuérpia, na Bélgica, em 1920, quando o País teve sua melhor participação na modalidade. Naquele ano, a delegação brasileira voltou do torneio com 3 medalhas no tiro, uma de cada cor.
Guilherme Costa, com o ouro na pistola rápida, Afrânio da Costa, com a prata na pistola livre e a equipe brasileira, com o bronze na pistola livre, representaram as únicas medalhas conquistadas pelo Brasil naquela Olimpíada.
A medalha de ouro conquistada por Guilherme Costa representou, inclusive, a primeira medalha dourada vencida por atletas brasileiros nos Jogos.
Apesar de grandes conquistas no inicio do século passado, o Brasil passou por uma longa seca de medalhas no tiro esportivo olímpico.
Depois dos três pódios em 1920, apenas na Olimpíada do Rio-2016, com Felipe Wu, o Brasil voltou a conquistar medalhas, quando o paulista terminou com a prata na Pistola de ar 10m. Em Tóquio-2020 o Brasil não conseguiu alcançar o pódio.
Para Paris-2024 o Brasil contará com 3 atletas nas disputas individuais: Philipe Chateaubrian na da pistola de ar 10m masculina, Georgia Furquim na skeet feminino e Geovana Meyer na carabina 3 posições.