O tiro esportivo é uma modalidade esportiva reconhecida internacionalmente que requer precisão, disciplina e respeito pelas normas de segurança. No Brasil, o tiro esportivo possui uma comunidade dedicada de atiradores que contribuem para o desenvolvimento do esporte e representam o país em competições nacionais e internacionais.
Nesse sentido, em outubro de 2023, foi realizada audiência pública para debater a temática “Política do tiro esportivo no Brasil: onde estamos e aonde queremos chegar?”, pela subcomissão do Tiro Esportivo, no âmbito da Comissão de Esporte (CESPO), da Câmara dos Deputados.
Proposta pelo deputado federal Ismael Alexandrino (PSD-GO), a reunião visa reunir autoridades do setor para discutir a legislação vigente relacionada ao tiro esportivo no Brasil, bem como as possíveis alterações e melhorias que a comunidade de atiradores esportivos e especialistas consideram necessárias.
“É fundamental discutir a legislação atual que rege o tiro esportivo no Brasil. Essa audiência pública tem como objetivo promover um debate aberto e transparente sobre as leis e regulamentações existentes, bem como as necessidades de possíveis reformas ou ajustes na legislação”, justifica Alexandrino.
Representando o Ministério do Esporte, o diretor de esportes de base de alto desempenho da pasta, Marcos Boccatto, destacou que o esporte não tem lado e não tem campo ideológico. “Eu defendo o esporte”, disse.
Dessa forma, ele se comprometeu a levar, ao ministro André Fufuca, todas as demandas ali apresentadas e garantiu que a modalidade do tiro esportivo tem apoio do Ministério, citando o Bolsa Atleta e outros programas de incentivo. “Não existe outro caminho para nós além do diálogo. Diante de tudo que foi exposto em relação ao esporte, vou levar ao ministro, pois o esporte de tiro precisa da nossa atenção. Conte com nosso apoio”.
Diálogo
A busca por diálogo entre o setor armamentista e o Governo Federal foi citada de forma unânime pelos presentes. Referência do setor, o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) participou do encontro e contou que é assustador o número de donos de lojas e de clubes de tiro que o procuram em busca de ajuda, pois a situação financeira de seus estabelecimentos está cada vez mais crítica.
Em relação à prática esportiva, Marina Canetti, gestora da modalidade de tiro esportivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB), salientou a importância de apoio aos atletas, tanto para sua preparação técnica quanto para a aquisição de equipamentos, para que eles possam participar de competições nacionais e internacionais.
Na oportunidade, o deputado federal Dr. Fernando Máximo (União-RO) falou sobre a importância do diálogo entre a categoria e o Governo Brasileiro. Como profissional da saúde, ele lembrou também que o lazer e a prática do tiro esportivo são aliados da saúde mental. “Precisamos nos unir e dialogar cada vez mais para resolver um problema do ponto de vista técnico e não ideológico o que, infelizmente, não está acontecendo”.
Pontos que inviabilizam o desenvolvimento e a prática de esportes foram levantados pelo representante da Confederação Brasileira de Tiro Prático, Alex Palhares dos Santos Vieira, que pediu apoio aos deputados para impedir que o esporte seja prejudicado em função da legislação. E lembrou que os atletas precisam dos clubes para treinar, e fechá-los seria prejudicial.
Participação
Os deputados Júlia Zanata e Capitão Alberto Neto e o ex-deputado e membro do Country Clube de Goiás, Marcos Abraão, pontuaram que há no país um grande desestímulo em relação ao esporte de tiro. Além disso, mostraram preocupação com a possível morte do esporte.
O presidente da Liga Nacional de Tiro ao Prato, Acir Mores, reforçou as muitas dificuldades que o esporte enfrenta, e foi enfático ao dizer que sem munição não é possível praticar o esporte de tiro. “O tiro esportivo está agonizando e nós precisamos do apoio para preparar nossos atletas para as competições”.
Por fim, a atleta Bruna Mirandola disse estar otimista com a fala do Ministério do Esporte e da nova gestão para contribuir para que a categoria possa sair do “limbo” jurídico e legislativo que se encontra nos dias atuais. O tiro esportivo é maravilhoso e nós precisamos de apoio”.
Vale ressaltar que a audiência contou com a presença e participação de instrutores de tiro, empresários do ramo, diversos parlamentares e representantes esportivos.